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Corpos invertebrados, a partir de uma mistura de calcário e da proteína concholina, produzem pequenas jóias, cuja funcionalidade de proteção e sobrevivência adquire um valor estético admirável aos olhos humanos. Essa preciosidades, as conchas de moluscos aquáticos e terrestres, são objeto de estudo e contemplação na exposição temporária Moluscos: jóias da natureza, em cartaz nas Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos.
Conquiliologia é o termo que denomina a coleta, o estudo e a organização de coleções de conchas, por pesquisadores amadores ou profissionais.
A exposição apresenta, em primeiro lugar, a descrição geral dos moluscos, com dois modelos artísticos da anatomia. Em seguida, um breve relato com exemplos fósseis da história evolutiva desses invertebrados, surgidos no planeta há 560 milhões de anos. Um painel mostra as ramificações do filo Mollusca, segundo maior grupo de seres vivos em biodiversidade, somente superados pelos artrópodes.
O formato e a cor das conchas respondem, normalmente, a necessidades biológicas enfrentadas pelas espécies ao longo de sua existência. Algumas apresentam espinhos, para não serem abocanhadas. Em outras, prolongamentos evitam o afundamento na lama fofa. As cores se originam da proteína concholina. A espécie Chlamys senatoria, por exemplo, passa a apresentar coloração amarela, roxa e branca somente devido a anomalias.
As vitrines da exposição estão separadas por tipo de habitat. As conchas de espécies que vivem em ambientes marinhos, seja no costão rochoso, na praia arenosa ou no manguezal são apresentadas em primeiro lugar, com destaque para a construção matemática logarítmica detectada na concha do Nautilus. Atualmente, a diversidade marinha vem sendo prejudicada pela sobrepesca e por moluscos que, transportados do seu ambiente de origem, invadem e ameaçam o equilíbrio de outros habitats.
A maior parte dos exemplares de água doce em exposição é de origem brasileira e possui coloração marrom ou ocre. Entre as conchas de moluscos terrestres, destaca-se o colorido da Polymita picta, espécie cubana. Também os organismos invasores e, principalmente, a destruição de habitats, ameaçam os moluscos terrestres.
Há toda uma vitrine dedicada a uma coleção de microconchas. Existem moluscos de até 8mm, cujas conchas só podem ser vistas com equipamentos como lentes de aumento ou microscópios. A coleta destas miudezas é feita em uma espécie de mineração em miniatura, analisando minuciosamente as partículas do solo. A beleza surge aos olhos dos visitantes nas fotografias e ampliações feitas com a ajuda de microscópio.
Painéis e uma vitrine abordam a aplicabilidade humana de algumas espécies na alimentação, na agricultura e na medicina. As pesquisas revelam que o veneno de espécies como a Conus textile pode ser fonte de medicamentos, por exemplo. Uma seção de conchas raras fecha a exposição. Em meio a tanta beleza, destaca-se o exemplar de Cypraea aurantium, concha de cor dourada da região das Filipinas cuja posse determinava a escolha do chefe do grupo local, por ser difícil de ser encontrada.
SERVIÇO:
Local: RUÍNAS ENGENHO SÃO JORGE DOS ERASMOS
Endereço: R. Alan Ciber Pinto, 96, Vila São Jorge - Santos
Data: 16/12 a 28/2/2012
Horário: das 9h às 16h
Ingresso: Entrada Franca
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