segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Arte e Crítica

Como parte do Seminário ProExt Cultura SP, realizado de 22 a 24 de outubro, representantes de projetos de extensão universitária na área de temática Arte e Crítica Cultural reuniram-se no terceiro dia do evento para contar um pouco sobre os trabalhos que desenvolvem atualmente. Quatro dos projetos apresentados foram aprovados pelo ProExt Cultura SP deste ano.

O primeiro deles foi A literatura de cordel nas escolas do bairro dos Pimentas, da Unifesp. O projeto trabalha por meio de oficinas realizadas com alunos de escolas públicas e cursinhos comunitários do bairro de Guarulhos-SP. Nas oficinas – de métrica, declamação e xilogravura – cada grupo de alunos produz um cordel para apresentar ao final do projeto durante o seminário Memória Oralidade e Literatura, que acontecerá na Unifesp. Segundo o professor responsável, Lindomar Albuquerque, a maioria desses alunos são de origem nordestina e por isso têm alguma relação com o cordel, ainda que distante. Sua orientanda, Francisca Barbosa, revelou que uma das dificuldades do projeto foi conseguir autorização dos cursinhos para a realização das oficinas de cordel. Os coordenadores não enxergavam essas atividades poderiam ajudar os pré-vestibulandos. A solução encontrada foi estabelecer relações entre o cordel produzidos pelos alunos e alguma das obras pedidas no vestibular. Os trabalhos desse projeto já foram iniciados, embora o recurso ainda não tenha chegado às mãos do grupo.

Em seguida, foi apresentado CineEducação: Ciências Sociais, Cinema e Transformação, projeto da Fundação Santo André, coordenado pela professora Livia Cotrim. A ideia do projeto é criar um material a partir da exibição de oito filmes. Material que servirá como subsídio para enriquecer os debates que são comumente feitos a partir do cinema, trabalhando questões como as manifestações artísticas, etc. Ao final do projeto, após as etapas iniciais que ainda não começaram devido ao atraso no recebimento do financiamento, serão exibidos esses filmes em escolas e na própria Fundação.

A aluna Tatiana Sollmeo, falou sobre Extensão Universitária e Teatro do Oprimido: um caminho possível, projeto da Universidade de São Paulo. Começou dizendo que tinha mais dúvidas do que certezas para apresentar aos demais devido ao caráter aberto do projeto, que estaria ainda numa fase de testar fórmulas para sua execução. No entanto contou que atualmente são realizados trabalhos com jovens entre 10 e 14 anos de idade e, partindo dos preceitos do teatro do oprimido, fazem oficinas de linguagem musical, literária e teatral. As atividades em geral partem de uma tríade sequencial: Construir, Desconstruir e Reconstruir.
O último projeto aprovado pelo ProExt apresentado foi o Rodante: aprendendo com o circo, da UNICAMP, que irá trabalhar o circo e suas práticas em oficinas, palestras e apresentações. As oficinas e as palestras serão voltadas a educadores afim de que eles sejam multiplicadores e deem continuidade à “intervenção” do projeto na comunidade, no caso, em Campinas. Os estudantes que falaram no GT destacaram que o atraso no recebimento do financiamento do ProExt, devido a burocracias internas da universidade, são um dos problemas enfrentados para a realização do projeto dentro dos prazos.
Os demais trabalhos apresentados lidam com temas como: a aplicação de Zooterapia em idosos; ensino dos direitos e deveres da criança voltado para as próprias crianças; Direitos Humanos e educação popular com oficinas artísticas para sensibilização e discussão de causas como o preconceito contra a população imigrante; utilização de técnicas do teatro do oprimido para trabalhar temas como sustentabilidade e conservação do meio ambiente; ensino de danças e ritmos brasileiros; realização de oficinas e debates para melhorar a autoestima e o desenvolvimento escolar de crianças que possuem problemas familiares; e ensino, voltado a jovens, que discute o quanto a cultura africana está inserida em elementos da cultura brasileira.

Entre as questões levantadas após a série de projetos, merece destaque algumas considerações como a percepção do seminário como indicador da extensão universitária, que incentiva a qualificação dos projetos e abre precedentes para outros; e a noção de que pode colaborar para uma maior eficiência agregar à equipe do projeto alguma pessoa da comunidade em que a ação extensionista pretende atuar.



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