sexta-feira, 10 de junho de 2011

Alunos e professores de escolas públicas em parceria com a USP

por Eliete Viana para Sala de Imprensa da USP


Demonstrações de experimentos, como o funcionamento de uma câmera digital ou o surgimento do arco-íris, oficinas e outras atividades interativas foram apresentadas aos alunos de escolas públicas no CEU Perus, na cidade de São Paulo, no começo do mês de maio. Este evento, realizado por alunos e professores da USP – integrantes do grupo Arte & Ciência no Parque, foi o início do Programa Novos Talentos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), realizado na USP pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU).


O programa da Capes tem como objetivo a inclusão social e o desenvolvimento da cultura científica de alunos e professores das escolas da rede pública do ensino fundamental e médio por meio de atividades extracurriculares, que ocorrem nas dependências das universidades públicas estaduais e federais e institutos de ciência e tecnologia participantes, nos seus laboratórios e nos centros avançados de estudos e pesquisas, museus, parques e outras instituições, no período de férias das escolas públicas ou em horário que não interfira na frequência escolar.


No total, a Capes aprovou 62 projetos, em todas as regiões do Brasil, com o objetivo comum de integrar escola pública e universidade, ensino fundamental e médio ao superior. Antes do programa, criado e aprovado em 2010, algumas Unidades da USP já desenvolviam projetos voltados, separadamente, aos professores de escolas públicas e alunos, mas a aglutinação e ampliação destas ações aconteceu após professores de quatro escolas públicas da região de Perus, que já participavam de atividades na USP, (Escolas Municipais de Ensino Fundamental Jardim da Conquista e Cândido Portinari, Escola Estadual Florestan Fernandes, e a Escola Técnica Gildo Marçal Brandão) procurarem a Universidade para propor a elaboração e implantação da parceria entre a Capes e a USP.


Coordenado pelos professores do Instituto de Física (IF), Vera Bohomoletz Henriques e Mikiya Muramatsu, o projeto aprovado na USP é denominado “Assimilação das ciências como forma de cultura gerando benefícios para todos”, dentro do qual há quatro subprojetos: Vivendo a USP, Gincana de Ciências no Parque Cientec; Encontros USP – Escola; e Formação Continuada de Professores.


Subprojetos

No subprojeto Vivendo a USP, os professores das quatro escolas públicas de Perus fazem uma visita prévia aos museus e espaços da USP, retornam às escolas para desenvolver trabalhos em sala de aula com os alunos e depois voltam com os alunos (formado por cinco grupos de 20 alunos) para as visitas nas férias, que serão realizadas de 11 a 15 de julho. Esse trabalho vai gerar um relatório e preparação de seminários que serão apresentados e compartilhados em um grande encontro.


Os locais visitados serão: o IF, Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE); Museu de Arte Contemporânea (MAC); Museu Oceanográfico; Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp); Estação Biologia; Instituto de Biociências; Museu de Geociências; Instituto de Matemática e Estatística (IME); e Instituto Butantan.
Em outubro, os alunos, que participaram do Vivendo a USP, junto com outros que têm professores participando de atividades de formação na Universidade, podem participar daGincana de Ciências no Parque de Ciência e Tecnologia (Cientec) – órgão da PRCEU. Haverá gincanas preparadas por seus professores, envolvendo assuntos estudados durante o ano, como alameda do sistema solar, nave Mário Schenberg, geofísica, gruta digital, cercado meteorológico, trilha das fontes, entre outras atividades.


O subprojeto Encontros USP – Escola terá cursos de atualização, palestras e oficinas para professores de escolas públicas. Serão 15 cursos, três na Escola Técnica Gildo Marçal Brandão e 12 no campus da USP no Butantã – sendo que três deles já existiam no IF, por exemplo – com atividades relacionadas às áreas de astronomia, ciências, física, inglês, libras, química, etc. Estes cursos serão feitos de 18 a 22 de julho, cujas inscrições podem ser feitas pela página da Comissão de Cultura e Extensão (CCEx) do IF.


A Formação Continuada de Professores será composta de cursos dos subprojetos, junto com outras atividades realizadas no mês de janeiro, ainda não definidas.
Integração


Com o programa da Capes, a Universidade tem um contato maior com os alunos e os professores das escolas públicas antes, durante e depois da realização das atividades, o que possibilita medir os impactos dos cursos de formação continuada dos professores nas escolas em que eles atuam.
“O diferencial do programa é envolver os professores e os alunos com a USP”, ressalta a professora Vera Bohomoletz Henriques, uma das coordenadoras do Programa e também presidente da CCEx do IF. Para ela, “o trabalho com os alunos das escolas não pode ser desvinculado do professor da escola, precisa ser em conjunto para o trabalho ter um alcance maior, pois, dessa maneira, estimula o professor e a escola também”.


Segundo Vera, além da integração da escola pública com a universidade, a realização do programa pode ser considerada positiva porque integra o trabalho dos professores das diversas Unidades da USP, envolve os alunos da graduação e pós-graduação e possibilita uma avaliação sistematizada dos projetos feitos.

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