Com
o intuito de desenvolver ações que estimulem a solidariedade e a promoção dos
direitos humanos, a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da
USP criou em 2011 o programa USP Diversidade.
Nascido
para substituir um antigo programa de combate à homofobia, o USP Diversidade foi
implementado para atender e auxiliar a comunidade USP, além de realizar ações
de prevenção e combate ao preconceito e à discriminação de todos os tipos
dentro da Universidade.
Entre outras ações, programa orienta comunidade USP sobre direitos garantidos por lei e o que fazer para reivindicá-los | Foto: Divulgação
“A primeira pergunta que fizemos ao
criar o programa foi: nós vamos ficar somente no combate à homofobia ou vamos
pensar no programa de uma maneira ampla? Então decidimos que ele começaria com
a diversidade sexual mas aos poucos iria se expandindo conforme à demanda”,
comenta Ferdinando Martins, coordenador do programa.
O programa foi iniciado no último mês de agosto, tratando
primeiramente da diversidade sexual, com foco no combate e prevenção da
homofobia e do preconceito de gênero. Para sua estruturação, foi instituído um
grupo de trabalho coordenado pelo professor José Ricardo Ayres, Pró-Reitor
Adjunto de Extensão Universitária, que contou com a participação de diversos
professores, funcionários e alunos.
“Não dá para imaginar que dentro da USP não existe preconceito
apenas por ser vanguarda na pesquisa. Queremos diminui-lo e promover a
solidariedade, para que as pessoas saibam conviver num ambiente onde a
diversidade existe. É uma educação para a diversidade”, completa Martins.
Preconceito
Recém-criado,
o USP Diversidade atende a comunidade através da
demanda espontânea, em que as pessoas procuram ajuda. O coordenador conta que,
desde seu início, eles já receberam diversos casos que envolvem preconceito.
Um
deles foi a de uma funcionária que passou em concurso público para
recepcionista, mas foi impedida pela unidade de exercer a função por ser
travesti. Ela procurou o programa para pedir ajuda, já que, por lei, tinha o
direito de assumir o cargo. O coordenador conversou então com a direção da
unidade para resolver a situação.
Além
disso, ela também reivindicou o uso de seu nome social – escolhido por ela – ,
outro direito também garantido por lei. Para evitar problemas como esse, o
programa está trabalhando na criação de um protocolo para aplicação da lei da
inclusão do nome social. “A lei existe desde 2010, mas não temos isso na
rotina, as unidades não sabem o que fazer nesses casos. Portanto, estamos
elaborando esse documento que cria mecanismos para auxiliá-las”, afirma
Martins.
Outro
viés do programa é a articulação com grupos de pesquisa da USP e movimentos
sociais que trabalham com o tema, como o Grupo de discussão e de trabalho do
Diretório Central de Estudantes da USP sobre diversidade sexual (Prisma/DCE) e
o Núcleo de Estudos para a Prevenção da AIDS (Nepaids). E para uma articulação
ainda mais ampla, o programa pretende realizar este ano o Encontro de Estudantes da USP sobre a Diversidade Sexual,
reunindo alunos dos campi da capital e do interior.
Além
dessas ações planejadas, está sendo feito um levantamento de dados sobre a
agressão homofóbica na USP com o intuito de iniciar uma capacitação e
sensibilização de todos os funcionários da universidade, começando pela Guarda
Universitária.
“Só
iremos conseguir acabar com o preconceito se pensarmos ações que vão diretamente
na raiz do problema. Como fazemos uma mudança de valores em uma pessoa
homofóbica?”, questiona Martins.
A
questão ainda está sendo discutida pelo programa com a ajuda desses outros
grupos, mas uma primeira tentativa de mudança será a elaboração de material
para ser distribuído na recepção aos calouros, prevenindo também atos de
homofobia e sexismo comuns nos chamados “trotes”. “Queremos fazer com que os
alunos percebam que têm direitos garantidos por lei e que saibam o que fazer
para reivindicá-los”, afirma.
Visando
à divulgação, o programa criou também uma página
na rede social Facebook.
O USP Diversidade faz parte de um núcleo criado pela
PRCEU para estimular e apoiar ações da comunidade universitária na área dos
direitos humanos, o Núcleo dos Direitos. Inaugurado em agosto em evento
na Sala do Conselho Universitário, o núcleo engloba projetos da Pró-reitoria
que têm em comum a busca da superação de situações de exclusão, discriminação
ou estigmatização de indivíduos e coletividades.
Além
do USP Diversidade, fazem parte do núcleo oAproxima-Ação, a Incubadora Tecnológica de
Cooperativas Populares (ITCP), o Núcleo de Excelência pela Primeira Infância, o Universidade Aberta à Terceira Idade e o USP Legal.
O
Núcleo fica na Rua do Anfiteatro, 181, Colmeia, Favo 3, Cidade Universitária.
Mais
informações: (11) 3091-9185, e-mail diversidade@usp.br, site www.prceu.usp.br
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